21 de novembro de 2009

OS 100 ANOS DE RIDER-WAITE E AS JÓIAS DE PAMELA SMITH


Stuart Kaplan conseguiu. Depois de anos de dedicação à obra de Waite e fixação pela artista que concebeu o seu baralho, o dono da U.S. Games acabou de lançar uma caixa de jóias contendo o original do tarô mais copiado que existe. E não é pra menos, pois foi feito um estojo de luxo recheado de raridades para os colecionadores e fãs dessas cartas tão difundidas em todo o mundo, com direito a postais, retratos e livros.

O box comemora o centenário do tarô idealizado por Arthur Edward Waite e desenhado por Pamela Smith que aqui é rebatizado, com justeza, de Smith-Waite. A versão que consta é a mais antiga, com suas cores originais. Um livro de arte foi criado para registrar as contribuições de Smith ao mundo das artes gráficas por meio de revistas, cartazes, telas e pôsteres coletados ao longo de décadas. Sua notícia biográfica, também garimpada com esforço por Kaplan, assume o interesse de Smith pelo ocultismo, pelo folclore e pelas evoluções artísticas do seu tempo.

O dedicado colecionador também reserva espaço suficiente para o Waite relançando o seu dispensável The Pictorial Key to the Tarot, uma edição bem fiel à original. Um tarô e dois livros numa caixa de luxo. Uau!


Mas não, ainda não acabou. Se um livro de arte exclusivo de Lady Smith não é suficiente, há também seis cartões postais de suas magníficas pinturas, muitas delas para divulgar peças inspiradas em Shakespeare; três cartões maiores com outras telas, um retrato emoldurado da foto mais famosa que se conhece de Smith e um encarte com três métodos de leitura tradicionais.

O que mais me atraiu na "nova" versão do deck, no entanto, foi o aspecto de sujo ou manuseado por muitos, que deixa nítidos os verdadeiros traços da artista sem cores muito chamativas. O cinza, o amarelo e o verde que predominam em todos os naipes e o tom de azul que se destaca n'O Eremita lembram as composições de velhos gibis, como destacou muito bem a taróloga Solandia do Aeclectic Tarot em sua resenha. O verso das cartas traz esse azul antigo tão gradável aos olhos, a assinatura de Smith nas extremidades e a rosa que A Morte carrega em sua bandeira negra. Ah, ainda um outro presente: um saco de organdi na cor azul clara combinando com o verso do baralho que, finalmente, a editora considerou digno para um projeto desse porte.


Eu diria que é um belo presente para quem gosta de tarô ou de arte ou de ambos.
Na minha avaliação, nota 10. Vale a pena adquirir um registro tão importante e tão bem feito. Aliás, como sempre digo, tarô é arte.
E vice-versa, né?

7 de novembro de 2009

PASSAGEM



O êxtase do ar e a palavra do vento
Povoaram de ti meu pensamento.


MAR MORTO | Sophia de Mello Breyner Andresen