31 de outubro de 2011

O ENCANTAMENTO DA IMAGEM


F.W.Guerin | Young Woman, 1902.

Nós costuramos
com a ponta da língua as flores no corpo

Os vértices dos ventos

Os cardos, as silvas
Os crespos sulcos do tempo


Turvamos os mares e as minas de água

as névoas secretas

onde as essências se afastam


À nossa passagem


Nós rojamos o tojo

Nós vergamos o luto
Nós plantamos as rosas selvagens


No vaticínio da aragem


SABAT
Maria Teresa Horta, 2006



'La Force', de Jean Noblet e 'Fuerza', de Salvador Dalí: arcanos do movimento sublime.

A imagem já me é viciada: a mulher que domina o leão é uma feiticeira. Lia esse poema de uma amiga [e uma das mais importantes feiticeiras de toda a poesia portuguesa] na varanda enquanto caía uma chuva fina. Fiquei pensando nas encantadoras, nas sibilas que compõem o oráculo. Na correlação do composto "mulher com leão". 

Hajo Banzhaf trouxe a ideia no Tarô e a Viagem do Herói, se não me engano. E desde então a vejo assim. Difícil encontrá-la sem flores trançadas pelo corpo. Quando abandona o chapéu lemniscata emprestado d'O Mago, assume a feminilidade e a felinização. O templo natural é o seu entorno. Manipula boca e juba como cordas de uma harpa. A dama escarlate de Crowley, pelas tintas e mãos serpentinas de Lady Harris, também dá conta do recado. Estrela, prostituta e sagrada. Aquela que manejava colunas é a que hoje sorri de leve com um felino em mãos. Da Fortitude ao Encantamento.

Claro que as outras mulheres arcanas são feiticeiras também. Todas, dependendo do momento e dos olhos do intérprete. Mas se temos a bruxa como a fêmea transgressora, é a da Força que se sobressai. A amante que conhece o próprio corpo, a que menstrua e prova do líquido desentranhado. A que dá um salto na fronteira entre os bons e desprezíveis constumes. A que gargalha na cara lavada dos fervorosos e que goza. A que corre com lobos. Com leões, naturalmente, emulados em cada casa de bruxa na figura majestosa do gato. E não cabe falar aqui sobre as problemáticas históricas da imagética feminina junto aos sortilégios. Cabe falar da poesia. E me perguntam alguns, maravilhados, que diabos tem a ver tarô com poesia. Ora, isso não se responde. Se sente. A compreensão de uma imagem por meio de palavras é tão extasiante quanto a via inversa, repare. Quando é que uma leitura lhe trouxe prazer, você se lembra? Então já existe um vislumbre da resposta. E não tem nada a ver com rimas e regras, só com a capacidade de conferir ou perceber beleza no grotesco, no selvagem e no vice-versa. Me lembrei da
Rainha das Fadas, poema de Edmund Spenser. Una, a famosa "The Fairy Queene" do autor, pode ser familiar pela tela enfeitiçante de Briton Rivière. Referência poética paralela à de Hércules ou Sansão com seus respectivos animais, tão válida quanto.

The Strength | detalhe do Morgan-Greer Tarot. U.S. Games, 1986.


Meu maior apelo tem sido ao processo contínuo de aculturação do dito tarólogo. E tenho até receio dessas terminologias todas, porque particularmente me valho de leitura de imagens e realizo leituras de tarô. Logo, sou um leitor de imagens, algo que vai bem além da mesa de consultas. Passa pelo jardim e pelo cinema, impera na biblioteca e segue pela rua. Cruza com as músicas, vai pelo café da manhã, pelo teatro e ainda pelo cemitério. Flerta com as fotografias e as madrugadas. Aprender a ver vai além de esboçar os arcanos numa folha em branco, rasgá-la e proferir os significados tradicionais no cúmulo do improviso. Não é só isso. Não, não e não. O leitor realmente interessado no seu ofício transgride as próprias imagens, sempre se valendo delas. E se não transgride a si próprio, não arrisca a previsão, não consegue orientar e não encanta o consulente com as lâminas
seus próprios reflexos. O leão, veja bem, é um convite ao além do convencional.


Una and the Lion | Briton Rivière, 1860.

Letrar-se iconograficamente é mergulhar na sua própria cultura. Eis um feitiço possível: a sua mitologia pessoal, a sua bem-aventurança, o seu espaço determinam a leitura de mundo. Domar leões atemporais sempre nítidos. E também cavalgá-los rumo ao presente, de olho no passado e organizando o futuro. A poesia, portanto, transgride. Tal como a imagem, a língua das antigas crenças, segundo a ativista pagã Starhawk, é a poesia: um discurso mágico por excelência. Por isso o link. O caráter caleidoscópico da analogia é tão válido e tão forte quanto a mandíbula do rei da selva.


Dandy-Lion | silhouettemasterpiecetheatre.com

E a tal dama é desde sempre a encantadora de reis. Também de plantas, pássaros, sombras e lugares. Alegoria generosa à mulher moderna e à mulher antiga, com todas as ressalvas patriarcais. Roupagem de sacerdotisa e espelho da própria deusa, universal e plural. Até mesmo um tanto frágil na aparência, mas estrondosamente destemida: uma ode apaixonada aos desejos. É do grande Oswald Wirth a afirmação de que A Força não glorifica o vigor físico dos músculos, mas o exercício do potencial feminino, irresistível na sua doçura e na sutileza em vez das explosões da cólera e da brutalidade vista na lâmina do Visconti-Sforza, por exemplo. 

Daí penso nas encenações simbólicas: a mulher casta do arcano II, a tal Papisa, deixa o seu posto [passivo, naturalmente] e vai brincar com o seu leão na clareira da floresta. Troca as páginas pela pelagem. A Imperatriz que alimenta o bichano e vai correndo brindar no Três de Copas, talvez? Bom, as possibilidades são inúmeras, porque as mulheres do tarô conversam entre si, furtivas. Cada uma como um livro aberto. Compêndio [infinito] de artifícios e charmes.



Fearless | Anahata Katkin.

Tenha um longo e perfeito Dia de Bruxas. Eu permaneço em casa, trabalhando. Depois paro, bato um papo com o gato, rego o jardim e medito ao longo do corredor intransitável de heras e flores. Seco os pés, volto pra dentro e trabalho mais um tempo ouvindo alguma feiticeira proferindo suas graças. Billie Holiday, Nina Simone. Ou Monica Salmaso, que descobri há pouco, graças aos orixás. Talvez Calcanhotto ou ainda Loreena Mckennitt. Ah, Bethânia e Madeleine Peyroux não podem faltar. Cada uma um mundo. Um feitiço. Como a imagem e o seu potencial de talismã.

A propósito, reúna as damas de todos os seus baralhos. Disponha todas elas em círculo, contando com você. Pronto, há um sabá acontecendo. Nessa arena de rituais que é o tarô, a dança espiral das metáforas não terá fim. Serão essas musas, silenciosas, no corpo dos seus enigmas.


Celebremos.




Detalhe do oitavo Arcano Maior de A. E. Waite por Pamela Colman Smith (1910)
e foto de Sibyl Anikeeff por Edward Weston (1921
).


11 de outubro de 2011

SOB O SOL DA INFÂNCIA


A Criança Divina de Pamela Smith e Arthur E. Waite.


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O artigo seguinte, tira-gosto de um extenso capítulo de livro em já produção [e que você não perde por esperar], veio logo depois da publicação do ILUMINANDO SUA CRIANÇA INTERIOR, na Revista Personare. Clicando AQUI você o lê na íntegra para entender melhor essa postagem. Ou, se você já foi até lá, encare esta postagem como práticas e reflexões complementares. Boa jornada!
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Numa recente entrevista, me perguntaram quando é que eu comecei com o Tarô. Respondi que não comecei com ele, que ele é que começou comigo, há muitos e muitos anos. Minha avó tinha uma amiga cartomante que vinha em casa destrinchar o destino dela com aquelas velhas cartas coloridas. Fazendeiros ricos e mulheres de cabelo preto saíam bem costurados nas predições daquela mulher. Hoje, nem a minha avó nem a cartomante e nem as figuras [suponho] existem mais. Ou melhor, existem. Dentro de mim, como num filme encontrado pela metade, que termina justamente quando a reunião de mulheres me expulsava do cômodo da leitura. E até mesmo essa criança que eu fui, cujas lembranças já se parecem com um sonho de duas semanas atrás, existe aqui dentro de mim. Teve uma vez em que decidi me reencontrar com ela. E foi absolutamente mágico. Se há alguma verdade nas técnicas de visualização e projeção, é essa: você é a chave para você mesmo. E o que encontrar aí dentro é tão novo como se nunca tivesse acontecido. Mas também pode ser dolorosamente repetitivo, triste e carregado como uma situação ruim. 

Resgatar a infância é possível e nos faz crer que o que somos é uma construção contínua: paredes de traumas, pisos e tetos de alegrias e risadas e também escadarias milimetricamente feitas de medo. Você já abraçou uma criança? Essa experiência é única na vida, ainda mais quando ela é você mesmo. Acredite, é possível.


SEUS ÁLBUNS, SEU ORÁCULO

E se eu dissesse que existe um arcano esquecido dentro de você? Pois é, existe. E você pode encontrá-lo. E mais de um até, se você tiver atenção e olhos firmes às lembranças. Fotografias antigas funcionam como cartas de Tarô: são imantadas de poder por retratarem nada mais do que nós mesmos. Reveja alguns dos seus álbuns. Certamente existem fotos arcanas dentro deles. Seus próprios mitos, portanto, que você nem se dá conta de que existem e vigoram.



O Mago, desde pequeno remexendo a imaginação na terra. Promessa de Ouros
Tarot de Marseille - Grimaud



Dialogar com essas imagens é mais do que terapêutico. Proporciona um encontro genuíno com o que foi deixado para trás. Negligenciar a saúde emocional de uma criança é triste, mas perdoável quando tomamos responsabilidade pelo que fomos um dia. É como tirar o próprio Pinocchio de cena quando se lê o livro. Não seria mais Pinocchio, já que a fábula não procede sem ele. Temos essa oportunidade de revalorizar nossa própria história e nem nos damos conta! O que sempre vale é a vergonha das roupas, das poses e dos momentos em família que lutamos para esquecer, não é mesmo? Grande engano nosso. O passado é mais vivo do que nunca, tão mutável quanto o presente e o futuro. Sem ele, dificilmente uma leitura de Tarô procede. A narrativa da vida é passível de revisão assim como o futuro pode ser vislumbrado e programado, até certo ponto.



Galopando com o destino no carrossel de estrelas.
Tarot de Marseille - Camoin Jodorowsky


O Tarô é um brinquedo. Antes e depois de tudo. Serve para brincar, como diz Johann Heyss no livro O Tarô de Thoth. Sua natureza lúdica serve de engrenagem ao imaginário, ressaltando que as 78 cenas nasceram e se valem dele. Fazer de conta que cada figura humana que elenca as cartas é uma criança num mágico parque de diversões, com cavalos, esfinges e outros seres fantásticos que povoam a nossa imaginação é também uma metáfora poderosa para a nossa condição de leitores de imagens e consulentes, por consequência. O estudo dos símbolos, aliado à nossa criatividade, tonifica o poder de reflexão e transformação do oráculo. Por quê misturar os fluidos das ânforas n'A Temperança? O que tem dentro do cálice maravilhoso d'A Rainha de Copas? E o livro no colo d'A Sacerdotisa, qual é? Tem figuras? Mostre o Tarô a uma criança e faça essas perguntas. A ingenuidade simbólica é também um caminho para a maestria. D'O Louco aos quatro Reis de si mesmo, conferindo sabedoria e intuição cada vez mais notáveis.


A Criança Divina do Druidcraft Tarot, de Philip Carr-Gomm
Arte de Will Worthington


O exercício que propus no artigo da Revista Personare tem como base o décimo-nono arcano marselhês. Mas em todo e qualquer Tarô [que se preze], O Sol corresponde a esse portal que possibilita o contato e a narrativa constante com a sua criança interna.

Aliás, qual é a história da sua infância?
Pergunte ao Tarô, esse mapa colorido que você tem em mãos. Tire três cartas (a clássica configuração das infinitas combinatórias) e analise o que você vê. Experimente, não tenha medo. Mas se tiver, não pare. O escuro pode sempre receber alguma luz vinda de você.


E eu sei que vai ser radiante.



Leo

8 de outubro de 2011

O MAGO DA MAÇÃ



A matéria de Arnaldo Bloch n'O Globo me deixou mais aliviado diante do genuíno endeusamento que Steve Jobs tem sofrido desde quarta-feira com a notícia de sua morte. O mundo virtual desabou em lágrimas. Mas o endeusamento é sempre traiçoeiro. Importa que cara era bom. Mexeu de jeito na máquina do mundo. No cotidiano do homem. E só quem tem um Apple, por menor que seja, é que sabe do milagre que existe ali. Mesmo assim, todo o cuidado com o burburinho paga-pau. Menos, né? Menos.


O Mago Jobs elevando um dos seus trunfos (!): o iPhone.

Pensando nas analogias possíveis com o oráculo, o fato é que Jobs foi o verdadeiro Papa da revolução tecnológica. No tarot, a verdade é que ele se enquadra no frame do O Mago. Sim, porque quem inova primeiro é justamente o primeiro arcano. E a partir disso, da criatividade que ultrapassa o verbo é que ele se distingue do quinto elemento Maior, o eleito e amado pelo povo sob diferentes primas e circunstâncias. Não agrada a todos. Aliás, quem agrada? Os elementos do grande batelleur são combinados ritualisticamente para alcançar o topo d'O Mundo. E isso, inegavelmente, Steve Jobs conseguiu com todo o trabalho possível e impossível digno de qualquer alquimista sério e empenhado na busca pela sua pedra filosofal, lindamente personificada numa maçã. A menina dos olhos da tecnologia contemporânea. Que tal? Magia maior não há.


E o Mago Smith-Waite com o símbolo máximo do bendito fruto.

Nascido em 24 de fevereiro de 1955, o Arcano da Vida desse pisciano foi a Roda da Fortuna, que ajuda a vislumbrar a rapidez com que criava e inovava. E também com que partiu dessa existência. A Unidade face à Diversidade. O eixo responsável pelo movimento. Agente imbatível de expansão e consolidação das ideias. Uma mente privilegiada ou um aplicativo sempre atualizado. Teve a seu favor, de acordo com a configuração da sua constelação tarológica, os quatro Ases e os quatro 10 dos Arcanos Menores. Viu brotar, ao lado das janelas de Bill Gates, as suas próprias sementes. E recentemente sofreu na pele o próprio fim. Triste. Mas nem por isso deve vir a ser martirizado, como todo bom ser humano costuma fazer tanto com quem morre cedo quanto com quem se destaca além do imaginado. Ou as duas coisas, neste caso.


Montagem disseminada pelos usuários do Facebook.

Não existe uma religião da maçã. Não e não. O high tech existiria normalmente sem Steve, que se foi tão cedo. Recebidos os devidos méritos, eu o mantenho próximo ao prestidigitador. O fruto evolui. E diante das críticas ao capitalismo violento, Jobs também tem seu pedestal reservado. É criticado e massacrado pela produção e necessidade que os golpes de marketing da marca desferem nos clientes quase que na mesma proporção em que é amado, reconhecido e divinizado devido à facilidade e à beleza dos seus inventos e à sua filosofia de vida, cujas frases bonitas pululam hoje pelo facebook. Par a par com os axiomas de Sócrates e de Da Vinci. Excelência no engajamento criativo. Mas endeusamento pra quem é morto já é um golpe baixo. Como se defender?

Bom é manter a atenção no que ele fez, ponto final. Quem passa imune? Não, nem mesmo você que nunca tocou num iPod. Olhos no palpável, com os devidos cuidados. Cada um faz o melhor que pode e alguns vão além. As maçãs não vão parar de brotar.




Think different,


L.

5 de outubro de 2011

SOBRE A NATUREZA DA LEITURA

“Everyone probably thinks that I’m a raving nymphomanic,
that I have an insatiable sexual appetite, when the truth is I’d rather read a book.”


Madonna


'Madonna reading books' em montagem minha sobre moldura do Thoth Tarot, AGMuller, 1986.


De um e-mail recebido ontem:
"Quero MUITO aprender tarot. Mas tenho que ler muita coisa?"

Sim, tem MUITA. E vai ter sempre. Mas se você tem preguiça de ler, não se aproxime do tarô. Feche esse blog, inclusive. O maquinário do Tarot é a leitura, não um raio divino sobre as figuras que lhe concede a honra de falar sobre o passado e o futuro das nações ou sobre os rumos da vida alheia. Quando consultamos, lemos os movimentos dos arcanos, o que se pode fazer, para onde se pode ir e como se posicionar frente a essas possibilidades. A combinatória é articulada porque a leitura é crucial, justamente. Eis o alimento da metáfora. O primeiro passo para qualquer leitor (!) de tarô.

Aliás, decorar um livro ou apenas esquematizar um quadro com os atributos-chave de cada arcano não faz de ninguém um leitor. Quem memoriza alguns poucos significados não possui habilidade o suficiente para realizar uma leitura profissional. Aliás, só na posição de consulente é que se sabe do poder do tarólogo, como bem disse minha amiga Zoe de Camaris outro dia, durante uma inspirada conversa sobre livros. É ali, diante dos espelhos que são as cartas, que a leitura se dá. Eterna arena. As provas de sucesso ou fracasso são do cliente, daí.


Statue reading - tumblr

Enquanto você encarar a leitura dos livros como algo tediante, chato, cansativo, difícil ou mesmo dispensável, lhe peço: não se aproxime do tarô. Pelo menos por ora. Há bastante a se fazer por esses mares virtuais. Só lembre que para falar com propriedade você precisará da leitura. Certo refinamento é preciso. Mas antes o letramento simbólico, por favor.


Né?

E esse é só um começo sobre uma série de reflexões sobre o poder da leitura - a primeira e eterna premissa para toda e qualquer resposta que você deseja obter por meio das cartas. O gozo da analogia. Até porque o oráculo não tolera o leitor perverso, sedento de um poder tal sobre a narrativa que se tece a cada lâmina virada, mas que no fundo nunca pensa no mecanismo dos signos. Insignificante. Esse sempre cai na breguice. Naquele esquisoterismo que paga de fino. Sai um patchwork de auto-ajuda infalível e logo desaparece, thank Gods. Quem não se rende à palavra não se liberta na imagem.

Tarô, ou tarot, ou tarocchi, é uma biblioteca que é um labirinto de espelhos que é infinito. Em possibilidades e em significados. A educação pelos olhos é que configura o homo ludens. Apreensão, interpretação e reflexão compondo um equilátero, talvez. Fiquemos então com essa ideia: a da Mãe dos Livros, a soberana das páginas. Paredes projetadas de dentro pra fora.


Jean Noblet

Já volto com os patronos.
Boas leituras por aí,


L.