30 de agosto de 2014

O PERFIL DO DESTINO

PERFIL DO DESTINO
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Aprenda: os livros certos aparecem na hora certa, mesmo parecendo impróprios — os livros e o momento em que eles surgem. Pouco adianta forçar uma leitura, uma compra ou uma influência literária. Tempo demora a passar para quem espera, sabemos bem. Mas é significativo para quem aguarda e repara com atenção. 

Era um grato dia de ócio e me pus a organizar alguns armários. Foi então que me deparei com O Livro de Runas de Ralph Blum [Bertrand Brasil, 1994], publicado em vários países por ser uma porta de entrada aos mistérios do oráculo nórdico. Em uma breve folheada encontrei um método esquecido no tempo e no espaço: o PERFIL DO DESTINO, cunhado pelo Dr. Allan W. Anderson, estudioso do I Ching, adaptado por Blum às pedras de Odin.

Durante a releitura do capítulo, uma auspiciosa sensação de missão tomou conta do momento — 'Escreva, Leo, escreva.' Então, do ócio ao trabalho, trago a adaptação do método ao Tarô. Assim, você que me lê também pode descobrir e assimilar preciosidades a seu próprio respeito. Ou mesmo incorporar às leituras para outras pessoas. Acompanhe.


AS REGRAS 

Num nível saudável — longe do esquizoterismo que ronda o Tarô —, tendo a considerar um rito toda leitura profunda. Assim é neste caso, por se tratar de questões sérias o bastante a serem trabalhadas por muito tempo. Um ritual, por mais rápida que seja sua execução, merece atenta análise posterior. O mesmo procede com o Tarô, que fique claro.

Longe de outras pessoas, acomode-se num local de sua preferência, embaralhe e disponha as cartas. Se for possível, coloque um espelho por perto, de modo que reflita sua imagem sem empecilhos. Todos os demais recursos estéticos [incenso, cristais, tecido especial, música e outros aparatos consagrados] ficam à sua escolha, já que não são obrigatórios nem necessários para a eficácia da tiragem. O que importa mesmo é a clareza do ambiente, a concentração em sua performance e a tranquilidade do seu corpo. 

Minha sugestão é fazer uma disposição apenas com os Arcanos Maiores por serem os grandes temas. Os mistérios que nos compõe.

A única condição a ser respeitada é que se trata de um ritual executado UMA SÓ VEZ em toda a vida. Por isso, anote ou fotografe os arcanos que saírem. No caso de leituras para outras pessoas, exija que guardem as anotações com cuidado. 

Selecione SEIS cartas. A disposição delas é bastante simples: 1,2 e 3 em cima; 4, 5 e 6 embaixo. 






AS CASAS

1
A NATUREZA 
Qual é a minha natureza? | Qual a natureza do consulente? 
A pergunta se refere ao âmbito material da existência. Blum sugere começar examinando as limitações do ambiente. Sabemos que nossa natureza é definida de acordo com as peculiares dos arredores. Além disso, o Arcano [ou arcanos, se você lê com um Maior e um Menor] deixa explícitos nossos recursos para agir e seguir.

2
O NASCIMENTO
Por que nasci? | Por que o consulente nasceu? 
O arcano sorteado para esta segunda casa responde às carências ou às privações com que viemos ao mundo e que podem [e devem!] ser encaradas para que haja a devida evolução. Um ideal espiritual que nos é permitido ser vislumbrado e assimilado.

3
A VOCAÇÃO
Qual a minha vocação? | Qual é a vocação do consulente? 
Aqui não vemos o que fazemos para viver. O arcano escolhido corresponde ao melhor com que nascemos e que deve ser assimilado para seguirmos nossa bem-aventurança. Aqui interpretamos os talentos, as nobres intenções e as grandes aptidões que temos para administrar o mundo ao redor com excelência.

4
O DESTINO
Qual é o meu Destino? | Qual é o Destino do consulente? 
Destino enquanto fado. O quinhão que As Moiras concedem ao nosso fio de vida. Por isso é possível vislumbrar as grandes oportunidades, o que está escrito, o que deve ser perseguido de modo sincero, saudável e prudente em nossa jornada. Aqui é revelado o caminho ideal. O caminho que não se questiona, apenas se aceita.

5
A CRUZ 
Qual é a minha cruz? | Qual é a cruz do consulente? 
Aqui vislumbramos de fato as provações circunstanciais. As adversidades, os desafios, as responsabilidades que acompanham os poderes. O arcano sorteado para esta casa encarna as limitações e os obstáculos ao longo dos tempos. 

6
O EU UNIFICADO
Qual é o meu Eu Unificado? | Qual é o Eu Unificado do consulente ? 
Por fim, o Mestre Interior emerge na leitura. Provedor da harmonia, das grandes qualidades e um reflexo puro do Eu Maior que oferecemos a nós mesmos de acordo com a nossa verdade. 


A seguir, um exemplo de leitura com os Arcanos Maiores:

CASA 1 — O Imperador
Aqui temos uma pessoa forte, sustentada pelos próprios desejos e senhora de si desde pequena, que expõe as vontades e as diretrizes desenvolvidas desde pouca idade. Um senso de responsabilidade e de merecimento a colocam numa posição de soberania, como se o mundo a servisse. Os recursos são todos os que estiverem ao seu redor. Compactua com a perfeição, chegando a ser uma força tirana se não bem dignificada de acordo com o que é justo e bom para todos os envolvidos. Tem opiniões firmes, gestos bruscos e possíveis alterações de humor e amor que a colocam em desvantagem. É, sobretudo, uma alma de liderança que provê o melhor que seus vastos campos podem produzir. Sincera, oportuna, muitas vezes inflexível e quase sempre imbatível.

CASA 2 — A Sacerdotisa

A pessoa nasceu por intermédio espiritual para continuar sua trajetória. Vemos alguém comprometido com o mundo esotérico, ampliando seus conhecimentos por meio da literatura e da prática de ser humano, papel questionado e mesmo desacreditado por muitas pessoas. Atraída pela vida regrada e abençoada, a pessoa em questão deve render culto e força ao aprimoramento de si e das pessoas próximas. Uma alma antiga, termo bastante comum entre os livres de espírito, requer uma caminhada constante aliada à reflexão sincera de suas atitudes. Questionar o caminho não é duvidar dele; é vivê-lo sem dar espaço a certezas inabaláveis e dúvidas perigosas. É mergulhar e abrir-se por inteiro. 

CASA 3 — O Carro

Um exímio auriga comanda a carruagem real. Aqui se pode constatar que a pessoa tem os caminhos abertos para seguir conforme deseja ou lhe é imposto. A capacidade de dirigir sua própria vida pode parecer simples o bastante para considerar livre aquele que toma os rumos. Mas tomar os rumos certos é a vocação maior que depende das noções anteriores. É possível chegar, mas aonde? Se o caminho começa num primeiro passo, O Carro revela que a vocação é administrar com rigor as próprias vontades, levando em conta a prudência e a missão que o Destino impõe a cada contenda.

CASA 4 — O Sol

O Destino é o brilho. Fazer brilhar a própria existência e irradiar de compreensão e entendimento aqueles que estão expostos à sua luz. A pessoa goza de uma aura iluminada pelas intenções claras, pela poesia da realidade e pelo júbilo que o acaso lhe confere. O fado é carregar o peso de sua própria identidade, aquilo que está vigente e que não deve ser alvo de sua própria ganância. O destino é brilhante e merece toda a atenção aos aspectos obscuros de si próprio. Luz que não foi sombra não é luz.

CASA 5 — A Justiça

O calvário, aqui, é o senso absurdo de equilíbrio e o ideal nem sempre claro de justiça. Arcano cármico que constata o forte senso de responsabilidade das outras cartas, mas que exige autêntica precaução com o que afirma e com o que faz. Nem sempre é possível seguir à risca o modelo de equilíbrio. Concessões devem ser feitas para que a administração do corpo, da mente e do espírito seja adequada e significativa. Moral da casa: A Justiça revela o semblante pragmático, a postura correta e a polidez do discurso; mas pede reparo ao que é negligenciado em nome da ordem.

CASA 6 — A Força

O Mestre Interior é um domador de tensões — leões funestos e selvagens opiniões, crenças e atitudes. A pessoa em questão tem como guia a diplomacia e a serenidade para colocar em primeiro plano a beleza, a sinceridade e o melhor que pode vir de suas mãos. O esforço é genuíno, por isso o mérito é garantido. O Eu Maior se expressa pela união de opostos — a violência e a delicadeza em uníssono para configurar uma vida de horizontes tranquilos, apesar das circunstâncias que a testam continuamente. Paciência, é o que exige o Mestre. Meticulosidade para conquistar os mais altos postos. Prática constante da própria excelência que lhe confere destreza absoluta diante da vida. 



AS CONSIDERAÇÕES

Ralph Blum termina o capítulo dizendo que o Perfil de Destino 'é uma ferramenta para ser utilizada enquanto você persevera na arte mais elevada de todas', que é a da automodificação. O Tarô, sendo um oráculo do 'estar', analisa condições e situações que se transformam ao longo do tempo, que não são fixas. Sendo indispensável anotar os arcanos e as impressões iniciais a respeito das cartas sorteadas, convém perceber e compreender as mudanças que vamos fazendo ao longo do tempo. Os arcanos e seus atributos não mudam. Mas se mudam para nós, só mudam porque mudamos diante deles. Afinal, o rosto do Destino se reconfigura conforme olhamos para ele. 

Por fim, esta leitura-ritual é uma ferramenta bastante útil para quem quer ter mais confiança em seus propósitos e segurança em seus sonhos. Se cartas duras acabarem trazendo preocupações e verdades à tona, o método cumpriu o seu propósito. Sim, vislumbrar o Destino pressupõe coragem. Respeito absoluto às cartas. Aceite e sinta as imagens que se apresentam. 

É o seu Eu Maior que te espreita.



Leo




AS LEITURAS

Tenho feito com êxito o Perfil do Destino de vários consulentes. Se você deseja marcar uma leitura de Tarot e também obter o seu, siga os procedimentos na página de AGENDAMENTO