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15 de outubro de 2013

AQUELE QUE ENSINA




Aos meus amigos-mestres na arte de ensinar o Tarô 
— Alex, Marcelo, Zoe, Nei, Giane e Giancarlo — 
e aos que aprendem com ele




































Tarô é atitude, antes e depois de tudo. Atitude de destrinchar um caso, de mapear soluções, de prever os passos. Atitude de comprar, de investir, de adquirir conhecimento, de colecionar. De disponibilizar-se ao acaso que se faz centro. Tarô é atitude, independente do que falem por aí — que ele destroi o livre-arbítrio, que é um livro de figurinhas do Diabo, que não funciona ou mesmo que veio do Egito. Quem me conhece sabe o quanto eu gosto de colecionar Tarôs. Mas não qualquer baralho, veja bem — os itens que desejo adquirir devem servir para leituras, não apenas para mantê-los intactos em minha redoma de raridades. Devem servir ao conhecimento e, sobretudo, devem me ensinar. Pensando exatamente nas trocas possíveis entre o tarólogo e sua ferramenta de trabalho que na minha primeira resenha publicada em inglês no Aeclectic Tarot, transcrevi a 'entrevista' que fiz com o baralho em questão, o Tyldwick Tarot [clique AQUI para ler o original e a tradução]. O que poucos sabem é que esse é um costume até que antigo diante de todo e qualquer Tarô que chega às minhas mãos. Perguntar ao oráculo a quê ele vem, por exemplo, é uma forma de familiarização e adaptação ao conjunto de imagens que dispomos na mesa para montar os jogos da vida. E é a vida, justamente, quem nos coloca as lições, as dádivas e os percalços para fazer da nossa narrativa pessoal uma jornada. De herói. 

Justo hoje, Dia do Professor, me chega um exemplar do esgotadíssimo e em perfeito estado do Egipcios Kier*, publicado pela U.S. Games em 1984. Não, não veio do Egito e é bem sabido que o original, em espanhol, tem sido publicado pela editora argentina Kier desde a década de 1950, ao lado do clássico La Cabala de Predicción, de J. Iglesias Janeiro. Motivos mais que especiais para abrir o oráculo em consonância com o coração. O primeiro arcano avistado no caos simbólico que submeto o oráculo 'virgem', ao misturar todas as cartas e extrair a Carta Primeira, foi justamente o O Sacerdote. Ou The High Priest, aqui personificado como Anúbis, deus dos mortos, a autoridade que emerge para assentar a autoridade divina sobre os humanos. Sendo o detentor de poderes mágicos e divinatórios, é também a força-guia pelos meandros do submundo — aquele que dá acesso. O negro chacal me provê a noção de familiaridade com as desgraças e as maravilhas da existência — nada assusta o Grande Pai; a chefia dos cemitérios. É na figura do Mediador entre um reino e outro, do mais Alto ao mais Baixo, que reside a essência do Mestre. Sendo o regente da mumificação, posso enriquecer a ideia de que preza pelas verdades inquestionáveis e mantém intacta a máquina dos ajustes. É esta lâmina que tradicionalmente estimula o aprendiz a trilhar sua própria senda. O representante dos deuses na Terra, falando por meio deles. A ponte. Daí o Pontífice que bendiz com a mão direita. No baralho Kier, por sua vez, o emblema tânato governa o Conhecimento com o cetro enquanto o Equilíbrio define seu chão. A balança, 'o nada em excesso'. Sinais. São os sinais, aliás, que definem o caminho de um leitor de imagens diante de um oráculo até então novo, desconhecido, esperando pelas combinatórias.



ENTREVISTA AO TARÔ 






Depois de passear lenta ou brevemente pelas imagens, me coloco a embaralhar as 78 cartas enquanto formulo as questões de boas-vindas. Três, como as primeiras palavras de apresentação de um aluno a um mestre. Três, as respostas do oráculo ao buscador. Essa é uma forma rápida e poderosa de certificar-se das forças que permearão as leituras. Independente do número de cartas selecionadas e das perguntas mentalizadas, o que realmente interessa é a maneira como você vai trabalhar a[s] resposta[s], já que este é um exercício não só de familiarização como também de atenção e percepção aos símbolos. Sigamos, agora, pelo que tenho vivenciado hoje.



QUEM É VOCÊ?

39, Testimony | O Testemunho

Eu sou a prova viva de que o Conhecimento existe e está disponível aos que o buscam. Sou, através destes símbolos, a Sabedoria encarnada. Permita que suas dúvidas comecem a se tornar o pó que logo pisarás. O Caminho é teu. Eu sou o Caminho. Percebe que oferecer o teu melhor faz com que o ritual da excelência se cumpra. Somos as imagens de ti mesmo. O grande opera sobre ti. Vê com os nossos olhos, a janela que a tudo enxerga. O que ofereces, te será dado.



QUAL SUA MAGIA EM/ PARA MIM?

50, Attraction | Atração

Eu venho para promover a Beleza dos deuses sobre tuas palavras e visões. Percebe o quanto somos fascínio e luz! A compreensão de nossas lâminas favorece o Jardim. Ele brota em ti e toma o Mundo, desde que respeitadas nossas forças e arquiteturas. Somos símbolos concatenados com a Existência. A Senhora dos Véus me serve. A Magia consiste na forma e na aplicação da Verdade. A Magia opera em ti a partir da destreza em predizer nossas vontades. Os meus caprichos estão impressos na tua pele, nos teus olhos, na tua voz. A minha Magia define o oráculo que és. Meu nome é Serendipidade.


O QUE TENHO A APRENDER A PARTIR DE AGORA?

27, The Unexpected | O Inesperado

Segue com teus dons as rajadas. Vê como minhas flechas deturpam o que se estabelece? Eu vou contra o vento dos demais. Sou a diferença que buscas. O que não está agendado nem possui tempo para formular-se com exatidão. Se neste portal meu nome é Inesperado, recorre ao Acaso para que alimente ainda mais tua coragem em explorar nossos domínios. Há perigo em toda previsão, mas abençoa-se quem tem grandeza nas próprias sentenças. Eu assusto as surpresas e surpreendo o inconveniente. Deves, portanto, assumir a dádiva de ser um canal. A ser um artífice diante das alterações que não se pode evitar. Aprende a fortificar tua consciência e tua agilidade nos passos eternos a partir de ontem. Agora.


TODA E QUALQUER RESPOSTA PODE SER REVELADORA. 
E SERÁ.

Perceba que as respostas são como que canalizações. Para que aconteça isso, há de se ter em mente que toda resposta que você escrever, mentalizar ou pronunciar em voz alta a partir da análise individual de cada Arcano é importante para definir o que tal baralho lhe oferece e/ou exige. É uma maneira absurdamente fácil, aliás, de abordar qualquer outro maço e colocar à vista suas noções prévias a respeito de determinada imagem arquetípica. Todo e qualquer arcano do Tarô nos ensina, por mais que se considere esgotado o que se pode extrair dele. A predisposição a aprender deve ser unânime para que as palavras e as formas surtam efeitos proveitosos. 


A PIRÂMIDE DA MAESTRIA






Fiquei realmente surpreso com estas primeiras cartas. O caso do baralho Kier é único por ter uma estrutura diferente dos demais Tarôs. Respeitando esta estrutura e somando as três cartas sorteadas, obtenho O MESTRE deste oráculo para mim, que a partir de agora serei seu intérprete. E nada mais auspicioso que receber meu Arcano Pessoal como produto final: A JUSTIÇA, associada a Capricórnio e personificada como a deusa Ma'at, companheira de Anúbis no ofício da balança, ajustando minha performance com verdade e harmonia. Claro que meu fascínio pelo universo egípcio, adormecido há tantos anos, tende a voltar com força absoluta. É assim, pelo menos para este colecionador que vos fala, que se procede diante de uma aquisição — da mais aguardada à mais inusitada. Bons augúrios, verdade, para erigir os quatro lados de atitude daquilo que chamo de Pirâmide da Maestria — preceitos que o oráculo constantemente exige e proporciona:

Administrar o Mistério com coragem e grandeza.
Manter a predisposição a aceitar e a vivenciar os presságios.
Encarar o Tarô como um professor atemporal. 
Nutrir o mundo com a sabedoria adquirida pelo esforço.


Na medida em que o leitor se dispõe verdadeiramente a aceitar e a absorver a magia dos símbolos, o caminho do genuíno conhecimento começa a se ladrilhar aos seus pés. O Mestre é aquele que ensina quando o Neófito age.



L.







I N D I C A Ç Õ E S


Nelise Carbonare Vieira
principal divulgadora do Tarot Egípcio Kier




















Interessou-se pelo Tarô Egípcio Kier

Saiba que ele tem história.

Conheça o Tarot Door, da taróloga Nelise Carbonare, 

principal referência sobre o ensino e a prática de leitura deste deck único.

Neste link do Clube do Tarô você pode se enveredar pelas cartas 

a partir da galeria e dos textos compilados. 

A editora Pensamento lançou o baralho com o livro escrito por Bibiana Rovira, 

bem indicado por quem entende do assunto. Clique AQUI e pesquise o melhor preço! 

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24 de setembro de 2013

JARDIM DE DELÍCIAS

este jardim é meu, apenas para que a vossa paz seja respeita-
da; para além da porta que dá acesso à rua do jardim, ides ad-
quirindo, pouco a pouco, o fulgor de manifestar, no vosso corpo, o tempo;

Maria Gabriela Llansol | Apoptose



The Tarot of the Sevenfold Mystery | Hermes Publications, 2012.


Só sei que trabalhar em casa tem suas mil glórias: jornada de herói. Pântano pavimento de contrariedades administráveis. E sinto o dia auspicioso, cheio de frio e cinza de chuva. Trabalhando desde cedo na tela do Mac, lendo pessoas e páginas, reviro futuros antigos em baralhos recém-chegados. O entregador dos Correios já aparece dizendo 'bom dia, Leonardo; este aqui veio dos Estados Unidos. Assina aqui, por favor'. É Primavera e a egrégora favorece a sobreposição de sensações e impressões acerca do mundo. Renovar os meandros.

Entre o Cinco do leite derramado perto da ponte e o Sete do devaneio conjurado em alta voltagem poética, o Seis de Copas equilibra o teor dos vasos. Um jardim suspenso entre desilusão e expectativa. O senso de serenidade que se evoca do prazer. O recinto da fruição.

Mr. Crowley e Madame Harris esquematizam o portal do Senhor do Prazer de modo que haja fluência. A dicção do gozo é treinada em pétala. Sexo com a pessoa amada seguido de um belo café da manhã na varanda, por exemplo. Não dissocio, de modo algum, o protótipo deste arcano à sensação bucólica. Há de se ter um jardim por perto.



Crowley-Harris Thoth Tarot | AGMüller, 1986.


Mas o desejo de escrever para esta carta, apesar de antigo, veio forte com a nova estação ao abrir e embaralhar o mais recente trabalho de Robert Place, The Tarot of the Sevenfold Mystery, publicado no ano passado pelo seu próprio selo*. A lâmina, batizada de The Gardener, é um primor aos olhos acostumados à pinta e à cena de Pamela Smith: uma donzela pré-rafaelita, nos moldes de Burne-Jones, regando seus vasos de modo aplicado à delicadeza — um convite à atmosfera de horizonte interior: calmaria, sossego. Até melancolia, se não dou de ombros às atribuições mais variadas dos estudiosos. 



Haindl Tarot | US Games, 1990.


Uma dessas atribuições, aliás, me esboça um sorriso. Hermann Haindl, criador do assombroso Haind Tarot, grava o hexagrama 58, A Alegria, na base desta carta. Rachel Pollack traça, no livro escrito sobre o baralho, as concepções do artista em relação à ideia de felicidade, de sucesso e dos bons momentos entre pessoas queridas. Um lago sobre outro lago. The Joyous Lake — coerente relação entre a sabedoria oracular chinesa e o naipe de águas, apesar de todas as minhas reservas e ressalvas a atribuições deliberadas que se fazem entre um sistema divinatório e outro.



IN AN OLD GARDEN

Cresci em um grande quintal repleto de árvores, plantas e portões antigos de ferro fundido. Criava inúmeras personagens de modo quase instantâneo e encarnava cada uma delas durante a semana, com amigos e irmão ou 'sozinho'. Entre a realidade e a imaginação, o prazer de ser e sentir. Em Copas nos permitimos outros mundos. O paralelo necessário da magia. 




Smith-Waite Tarot | US Games, 1971.


Entre. A preposição que tenho repetido até aqui porque são justamente as sobreposições que fazem deste arcano um jardim secreto de conhecimentos e gentilezas. No Tarô Smith-Waite, especificamente, as crianças se relacionam 'em um velho jardim', segundo a Chave Pictórica escrita por seu idealizador. As taças repletas de flores e um guarda devidamente armado no fundo à esquerda, fazendo a ronda pelo caminho ladrilhado. Estamos literalmente no quintal da casa. Vendo a imagem em preto e branco percebe-se as duas dimensões que a artista conseguiu plasmar em uma das cenas mais doces da galeria de Copas. Gentileza, delicadeza, inocência e a chance de fazer do que é simples, inocente e sincero uma oportunidade de grandeza. 



GET BACK TO SERENITY

Mas Leo, um jardim não é Ouros puro? 
Não, puro não. Que são vasos senão Copas? Receptáculos. Recipientes que recebem a terra. O jardim pressupõe as formas da água. O passado do fruto é a própria semente e não só, mas o fruto anterior. Daí, talvez, posso jogar luz aos atributos clássicos de nostalgia e memória vinda à tona. A nossa velha infância permeando o gramado.



Morgan-Greer Tarot | US Games, 1979.


Para os italianos, o Sei di Coppe é o que se pode chamar de arcano di ritorno. Combinado, por exemplo, com o O Carro, significaria a volta de um antigo amor, ou mesmo recordações que levariam o coração a um estado sereno.  Com O Eremita, no entanto, é um velho amigo que retorna, provavelmente depois de muitos anos, jogando luz nas memórias — um presságio de saudosismo. Mas é a serenidade o cerne, característica que pode fazer questionar a ideia de sucesso a qualquer custo que esta carta não prenuncia. E para quê perder-se na loucura da correria se não é hora nem lugar? Nutrir os afetos na figura de uma planta é tão importante quando trabalhar pesado para pagar as contas. Uma postura intuitiva tende a ser mais valiosa que toda a tensão do mundo lá fora. Aliás, de inimigo ele tem pouco, diria um mestre Zen que rejuvenesce ao longo dos anos, curvado aos seus canteiros. Um jardim de delícias, se [me] permito. 


Cresço, ainda hoje, nos meus próprios quintais. Em outros, não só no da infância. É encontrando o ponto de suntuosidade que a natureza dos sentimentos oferece que treino minha leitura de mundo. Em consonância com a beleza e a verdade, independentemente do passado; entre a possibilidade de respirar e a necessidade de agir. É primavera. E os pés vão descalços aguar as heras no vento, com todo o amor de Flower Child que me define.

A fruição é gradativa; se insinua aos que a regam. 

















L.






10 de setembro de 2013

LUGARES SÃO DEUSES






ABRINDO OS PORTÕES DA SERENDIPIDADE

É do acaso que nós, tarotistas e cartomantes, fazemos o centro do nosso ofício. Ler as cartas é um exercício que exige certo grau de refinamento – nao só estético, mas visual. Há de se ler os lugares com alguma destreza e até mesmo argúcia. Fazer dos olhos um máquina de captar os sinais deste centro – o acaso – e atribuir os necessários sentidos ao que vemos. E são as diferentes roupagens que o Tarô assume que aquecem os músculos da analogia. Nossa musa, nossa prática diária.

Não lembro qual foi a primeira vez em que cheguei até o Tyldwick Tarot. Pelo facebook temos a chance de perceber esse acaso  - ou destino, fado, sina – de modo até mais nítido se colocarmos sentido. E aí a magia acontece, pois as imagens necessárias nos chegam. Sei que foi há algumas semanas, quando visitei o site Malpertuis, vendedor oficial do baralho, e explorei os Arcanos Maiores e Menores. Foi identificação imediata com os universos que designer Neil Lovell conseguiu expressar em 78 cômodos-objetos-lugares. Nestas cartas pode-se ver o poder de síntese e até mesmo de infinitude que cada trunfo do Tarot traz e suscita. 


DUAS QUESTÕES PARA COMEÇAR

Abri o deck, passei os olhos por cada carta e dispus todas elas sobre minha mesa de mármore. Embaralhei todas elas e, como quem entra num palácio pela primeira vez — costume que celebro a cada deck adquirido — fiz duas perguntas iniciais para me apresentar ao baralho e saber aonde realmente eu estava entrando. 

Quem sou eu em você? 
Então ele veio: O Papa com o o Dez de Espadas. Um sacerdote de lâminas, fonte de inteligência e palavras acuradas. Sibila antecipando universos. 






O que você pode fazer por mim? 

O Mago seguido da Rainha de Copas. O baralho Tyldwick é uma  máquina de poemas. 
O corpo da Musa que encanta seus leitores.



Fico feliz por encontrar este trabalho porque lugares são deuses. Isso é um fato para poetas e escritores que dançam pelas imagens nas paredes. E isso não é apenas uma metáfora, é um feeling porque nós escrevemos nossa visão de mundo com as cartas. Com o Tyldwick Tarot, é possível [re]criar não apenas as histórias dos consulentes, mas também os lugares e as situações de modo ainda mais rico, já que devidamente ambientadas  à natureza de cada arcano. 


ORNAMENTOS ASSOMBRADOS POR BÊNÇÃOS

Como colecionador e leitor de tarôs, tenho o costume de avaliar a impressão e o acabamento dos baralhos que adquiro. Exatamente como um corrector de imóveis, passo os olhos e as mãos sobre esse maço com a satisfação de estar entre um dos melhores itens já comprados. O Tyldwick Tarot é um primor. Começa com a caixa estilizada, passando pelas bordas douradas – o que faz deste baralho uma verdadeira barra de ouro – e terminando pela abertura fácil de um leque de cartas que deslizam perfeitamente sobre qualquer superfície digna. 





O espaço habitado transcende o espaço geométrico. Sei disso. Vivencio esse fato todos os dias e escrevo — constatação poética. Sendo assim, as imagens do Tyldwick Tarot são mais que lembretes dos corpos aparentemente ausentes – destaque para O Diabo, por exemplo, que nos intimida num espelho negro – por fazer com que mergulhemos de cabeça na simbologia de um castelo magicamente construído a partir dos quatro elementos. Nunca um Tarô suscitou, pelo silêncio e ao mesmo tempo pelas dimensões que inaugura e reflete, uma variedade de significados e divindades tão consistente e até mesmo um tanto preocupada com a estrutura tradicional das cartas. A beleza das composições gráficas de Lovell são assombros e bênçãos frequentes.  E o acaso, que nos acompanha a cada leitura, faz deste baralho um oportunidade de revisitar os próprios conceitos dos arcanos sem fugir do que já conhecemos e aplicamos.  

Bachelard, na Poética do Espaço, diz que “a casa adquire as energias físicas e morais de um corpo humano”. É como se cada protagonista desse lugar ao piso, aos muros e aos ornamentos que definem o mistério primordial do Tarô. Este é um baralho para poetas, arquitetos, fotógrafos, magistas e apaixonados – por lugares, pela natureza, pelo desconhecido e, sobretudo, pelo Tarot. No centro do destino, na rota do infinito. 

Rezemos um banquete à Musa. 
Serendipidade.




Para saber mais sobre o Tyldwick Tarot 
e também para comprar o baralho, acesse 
www.malpertuis.co.uk




E clique aqui para ler a resenha completa [em inglês].