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Funda luz cegadora de matéria rangente,
luz oblíqua de espadas e mercúrio de estrela,
anunciavam que o corpo sem amor chegava
por todas as esquinas dum aberto domingo.
Forma da beleza sem nostalgias nem sonho.
Rumor de superfícies libertadas e loucas.
Medula do presente. Fingida segurança
de nadar sobre a água com o torso de mármore.
Corpo de beleza que palpita e que se escapa.
Um momento de veias e ternura de umbigo.
Amor entre paredes e beijos limitados,
com o medo seguro da meta incendiada.
Belo de luz, da mão que tateia, oriente.
Vendaval e mancebo de riços e moluscos.
Fogo para a sensitiva carne que se abrasa.
Níquel para o soluço que busca Deus voando.
Federico García Lorca, 1928.
Tradução de Oscar Mendes.
3 comentários:
belíssimo!
eu adoro garcia lorca,,, parabens por associalo ao taro. abraços de luz minerva
Oi Leandro, tudo bem?
Encontrei teu blog e achei muito bacana as asssociações dos filmes ao Tarot, adoro "paralelos" rss
Mas não achei aqui citado o filme "A Montanha Sagrada" do Jodorowsky, você já assistiu?
Se não, faça isto urgenteeee, creio que irá adorar! Do contrário deixe-nos alguns comentários se puder...
Abraços e parabéns pelo blog.
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