19 de maio de 2011

FRAGMENTOS DE UM TRATADO DE LEITURA DE IMAGENS

ou Impressões de leituras de um tarólogo esboçadas num moleskine velho.



[...]

É preciso dar-se conta de que somos criaturas de imagens. Seres de figuras. As imagens nos informam, assim com as histórias. Elas são a matéria da qual somos feitos.


Se as narrativas existem no tempo, as imagens se constatam no espaço.


O tarólogo sabe que as imagens se apresentam à sua consciência por meio de uma moldura, que é sempre uma superfície exclusiva em o milagre da leitura acontece. Ler uma imagem é imbui-la de um caráter estritamente temporal que é o narrar.


Essas imagens exercitam o intelecto. É um caminho para a inteligência do mundo, ou seja, para uma concepção menos assustada da realidade e da fantasia, mas não menos encantada.


O passado e o futuro, então, é uma ampliado através das limitações da moldura, que é também o portão, o ponto de partida.


O compromisso com as imagens é o da interpretação. É ele que espelha a ética do leitor, a índole da sua função, o coração do caminho que o leitor escolheu trilhar com os olhos.


Nenhum comentário: