30 de agosto de 2012

EPÍSTOLA PARA O SOL





Houve uma criança em mim que amava o teu corpo
e nele se escondia para estar só e ausente.
E sabia então que a tua luz crua e firme
calava a ira e ofuscava a discórdia
que viviam outrora no interior dos quartos.
Hoje, assim contigo, face a face, fecho as pálpebras
e apenas com o tacto te sinto e reconheço.




Fiama Hasse Pais Brandão | Epístolas e Memorandos, 1996.

Um comentário:

Anônimo disse...

A Luz que revela pode ser a mesmíssima que cega... Por isso chegamos ao ponto de apenas tatear, para sentir e reconhecer...

Uma cegueira branca.

Prenhe e fértil de possibilidades primaveris. Já que o sol é o nutridor mor das flores na sua fotossíntese apaixonada...

Desculpe a invasão, e tantas palavras, mas gostei daqui
:)

Um ENORME sorriso.

Bonito teu espaço.
Adorei o teu café.
:)