29 de maio de 2011

FORTUNA CRÍTICA DO DÉCIMO QUINTO ARCANO

PARTE PRIMERA




O demônio esbarra manso mansinho, se fazendo de apeado, tanto tristonho, e, o senhor pára próximo - aí então ele desanda em pulos e prezares de dansa,
falando grosso, querendo abraçar e grossas caretas - boca alargada.
Porque ele é - é doido sem cura.




...o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem - ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.



O que não é Deus, é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver - a gente sabendo que ele não existe,
aí é que ele toma conta de tudo.




João Guimarães Rosa | Grande Sertão: Veredas, 1956.


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Um comentário:

Emanuel disse...

E de Diabos e pavimentos se faz a Via larga em visão, mas tão estreita em passos que quase preciso fazer ponta para caminhar...